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DISCURSO DO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA MARINHA GRANDE NA SESSÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EVOCATIVA DO 49.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL DE 1974

SESSÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EVOCATIVA DO 25 DE ABRIL

25 de abril de 2023 | Teatro Stephens

 

Presidente AMMG Curto Ribeiro

 

“Enquanto Presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande é uma honra e um privilégio presidir a esta Sessão Solene

Cumprimento

Sr Presidente da Camara Municipal da arinha Grande

Eng Aurélio Ferreira

Srs Deputados Municipais das diversas bancadas

Sra Presidente da J Freg da Marinha Grande

Sra Cristina Sousa

Sr Presidente da Junta de Freg de Vieira de Leiria

Sr Álvaro Cardoso

Sr Presidente da Junta de Freg da Moita

Sr Franklin Ventura.

Na pessoa do Senhor Presidente da Câmara, da Senhora e Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia, saúdo todos os demais eleitos aos restantes Órgãos Autárquicos do nosso concelho: Camara Municipal e Juntas de Freguesias.

Saúdo as Autoridades e Entidades Oficiais e da Sociedade Civil que nos honram com a sua presença.

Permitindo-me também saudar e fazer memória a todos os anteriores Presidentes desta Assembleia Municipal, e também da Camara Municipal, bem como a todos os Marinhenses que delas fizeram parte, representando a vontade popular expressa nos sucessivos atos eleitorais desde 1976

Uma referência em particular ao Professor Nuno Cruz, Director do Agrupamento de Escolas da Marinha Grande Nascente, que aceitou com entusiasmo o meu desafio para trazer a esta Sessão o olhar dos mais jovens sobre o 25 de Abril, os seus Valores e os seus Princípios. Aos professores e alunos que se empenharam e participaram nesta realização, o meu mais sincero reconhecimento.

Senhoras e senhores

Ouvimos as intervenções das forças políticas representativas na nossa Assembleia Municipal, e que para além de outros assuntos, abordaram também com a autoridade do deu mandato, questões relacionadas com a política local.

Cumpre-me agora uma intervenção de encerramento desta sessão solene, e para isso escolhi aqueles que me pareceram importantes no contexto desta celebração dos 49 anos do 25 e abril.

Democracia, a Liberdade o Futuro

Comemoramos hoje os 49 anos do 25 de Abril, a poética “Revolução dos Cravos” que derrubou um regime de ditadura, autoritário, não democrático, e que em 25 de abril de 1974 iniciou um regime baseado nos valores da Democracia e da Liberdade

49 anos são já uma grande caminhada que implantou e consolidou esses valores de direitos liberdades e garantias

Durante estes anos, enquanto povo, vivemos mudanças determinantes na construção do que é hoje o país, sempre iluminadas por esses dois valores indeléveis: a Democracia e a Liberdade

Mas os valores da democracia não são um fim em si mesmo, e ao par dos aspectos positivos, tem necessariamente oportunidades de melhoria, nos quais ressalta a adaptação indispensável aos tempos de hoje, que é o mesmo que dizer aos jovens do nosso tempo.

A chamada “geração de abril”, a que com 20/30 anos se afirmou como espinha dorsal portadora e vanguarda da mudança, onde eu próprio humildemente me incluo, terá agora 70 anos ou mais, e ainda hoje exerce cargos públicos, o que irá contribuir para acelerar a mudança de geração.

Temos hoje uma juventude mais valorizada em conhecimento, mais ávida de mudança, mais cosmopolita e mais informada, e que, mal ou bem, reclama renovação e melhores oportunidades

Uma renovação e melhores oportunidades que seriam certamente também os mesmos objectivos dos jovens que a partir de 1974 nortearam os construtores de abril.

Esta nova geração, a de hoje, não viu o que mudou do antes ao depois de 1974, e possivelmente não consegue valorizar as enormes conquistas alcançadas, e o desenvolvimento conseguido no país aos longo destes últimos anos.

Recorro a um texto que li:

Os jovens de hoje “Não são os filhos da madrugada do Zeca, mas sim os netos dessa madrugada”. São homens e mulheres com sede de emancipação, mais educados e viajados e consequentemente mais exigentes. Reclamando rendimentos de trabalho mais dignos, mais meritocracia mais transparência, no fundo, mais dignidade.

Exigirão um estado forte, necessariamente democrático e justo, mas também terão que perceber as responsabilidades que a isso obriga, pois a liberdade é plural e não singular , e em que a ideologia rime com verdade.

Todos gritamos “25 de abril sempre” mas ele assim o será, se for um 25 de abril de contínua melhoria, de progressiva resolução dos muitos objectivos que continuam a dificultar a ascenção de todos os portugueses uma vida digna e ambiciosa.

Pela responsabilidade que nos foi endossada pelo voto popular, conquistá-los para a participação activa na defesa e construcção contínua da Democracia, é um imperativo que a nós incumbe em primeiro lugar porque responbilizados pelo voto do povo, de modo a defender e proclamar os valores fundamentais de abril: liberdade, justiça, igualdade, fraternidade e progresso.

Estamos, pois, aos 50 anos do 25 de abril, na altura própria de amarrar o 25 de abril ao futuro. Falta um ano para os 50 anos do 25 de abril, vem aí um Portugal diferente, moldado pelas novas gerações.

A nossa democracia terá de deixar de ser apena proclamativa , antes terá que oferecer mais e melhores oportunidades .

A democracia saudável e funcional é a que protege a liberdade e os direitos individuais, e é o antidoto para o populismo.

Quando as instituições democráticas são robustas, quando a participação dos cidadãos é valorizada e há um sistema transparente que garanta a prestação de contas dos decisores, existirá menor espaço para o crescimento de forças populistas.

Sim, porque há hoje manifestamente um populismo que ameaça a democracia.

Um populismo que a democracia acolhe, pelo primado dos seus próprios valores, mas que se aproveita dela para, por dentro, a enfraquecer, e procurar desvalorizar.

Que ninguém se engane com os seus acenos autocráticos que, como a história nos tem ensinado, eles têm por objectivo estabelecer um poder autoritário e autoritário.

Temos infelizmente muitos desses exemplos recentemente até em países europeus ditos democráticos, alguns mesmo membros da União Europeia, e ultimamente institucionalizou-se entre nós.

Mas não foi precisamente esse o regime de que o 25 de abril nos libertou?

Por isso Comemorar o 25 de abril tem também de ser a celebração do nosso compromisso coletivo pela construção de uma Sociedade alicerçada na Ética da Hospitalidade e não apenas da Tolerância, que tudo aceita, mas que não promove a inclusão e a unidade.

É missão de um estado como Portugal ,e portanto também responsabilidade da nossa comunidade o compromisso pela inclusão e a participação de todos na construção desta nossa sociedade, num diálogo de partilha e de intercâmbio de valores, de ideias, de projetos e de identidades.

O Populismo é antidemocrático e racista, e é a ameaça social e cultural dos nossos dias e a ele temos que dar luta.

Mas terá que ser combatido com a transparência e com a verdade, acabando de vez com um certo cansaço, que algum tempo no poder absorve e acomoda, e que inevitavelmente enfraquece o empenho e o vigor.

Apelar aque todos os partidos e outras organizações políticas sejam de direita ou de esquerda, e que têm na Constituição da Republica a sua referência, não podem continuar indiferentes, e arriscaria a dizer, estrategicamente ambíguos a esta ameaça.

Todos se devem mobilizar na rejeição deste populismo antidemocrático cujo objectivo é aproveitando-se da própria democracia, destruir os valores de abril, as conquistas dos direitos liberdades e garantias que tanto custaram a conquista

Senhor Presidente da Câmara

Senhoras e Senhores Vereadores

Marinhenses

Para abrilhantar esta sessão solene, fizemos este ano o convite ao Agrupamento de Escolas da Marinha Grande Nascente, que muito agradecemos na pessoa do seu Director Professor Nuno Cruz, que amavelmente e empenhadamente acolheu o convite.

Tem sido este o princípio desde que aqui chegámos e que pretendemos continuar enquanto cá estivermos.

È fundamental trazer os nossos jovens à participação nestas comemorações em ambiente mais solene, pretendendo assim que possam aprender a valorizar o que foi o 25 de abril, e o que ele representou para a cidadania dos portuguses

É com os jovens que se ajuda a construir o futuro, pois é deles esse futuro.

Interessá-los no processo democrático é fundamental para a construcção de uma sociedade justa, igualitária e democrática.

Assim se poderá aumentar a confiança e a valorização e sustentar no futuro da democracia

Fazê-los perceber a organização do debate político, e mesmo nele participar em plataformas adequadas, permitindo que percebem que llhes é possível ter também voz na construcção do futuro que será o deles.

Exemplos de temas como educação, emprego, meio ambiente, sustentabilidade, justiça social, serão por certo facilmente acolhidos, e fomentadores de formação e responsabilização e mesmo intervenção cívica.

O desafio de hoje é construir o futuro e para fazer com ele um Portugal melhor.

Assim concluo.

A democracia está nas nossas mãos, e no nosso comprometimento com ela.

A democracia que tivermos, será sem dúvida a que merecermos.

Por isso nunca podemos deixar de lutar por ela.

E é essa a nossa responsabilidade para honrar todos aqueles que em 25 de abril tudo arriscaram para nos deixarem este legado, por isso:

Honra aos militares de Abril, e a todos os democratas que a ajudaram a consolidar

Viva o 25 de abril

Viva a Democracia

Viva a Marinha Grande

Viva Portugal”

 

Aníbal Curto Ribeiro

Presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande