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Centros tecnológicos

MARINHA GRANDE, TERRITÓRIO DE INOVAÇÃO

Num contexto de elevada competitividade, acelerada evolução tecnológica e forte globalização dos mercados, é necessário apoiar tecnicamente as empresas na otimização dos processos produtivos, ambiente, higiene e segurança, criação de produtos, inovação, disseminação de conhecimento ou promoção da indústria.

O concelho dispõe de infraestruturas que potenciam a investigação científica e tecnológica, o que contribui para o desenvolvimento económico e constitui valor acrescentado para as empresas e instituições da região.

 

CENTIMFE APOSTA NA ANTECIPAÇÃO TECNOLÓGICA

O Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CENTIMFE) foi criado em 1991, contando atualmente com mais de 200 organizações associadas, entre empresas industriais e instituições públicas (entre as quais a Câmara Municipal da Marinha Grande). Está localizado na Rua de Espanha, na Zona Industrial da Marinha Grande.

Tem como missão apoiar a indústria de moldes, ferramentas especiais e plásticos em áreas como engenharia de produto e de processo, desenvolvimento de produto, maquinações e ensaios, design, gestão, qualidade, ambiente, higiene e segurança, laboratórios de metrologia, vigilância tecnológica, inovação, formação, entre outras.

Como destaca o diretor do Centro, Rui Tocha, “apoiamos as empresas na antecipação tecnológica, através da identificação das tendências para suportar as empresas no desenvolvimento de projetos de inovação”.

Para garantir a melhor assessoria à indústria, o CENTIMFE serve-se de recursos humanos altamente qualificados e da sua componente tecnologicamente avançada, que obrigou a um investimento recente de 1,3 milhões de euros. “Faz sentido que estes equipamentos estejam localizados num centro como este, para que sejam usados em rede pela indústria e que é apresentada como mais-valia ao cliente”, acrescenta.

Para o diretor, “o nível tecnológico e de modernização que a nossa indústria atingiu faz com que «jogue» na primeira divisão e assim tem de continuar a manter-se, sob pena da indústria ter de ficar para trás”.

Rui Tocha adverte que “criámos um conjunto de referências que agora potenciam serviços do CENTIMFE e da indústria que ajudam as empresas a posicionar-se nos mercados”. Deve haver “a capacidade de apresentar bons projetos que permitam que as nossas empresas sejam mais competitivas, tenham os melhores colaboradores, possam formá-los e continuar a investir naquilo que é a nossa capacidade instalada”, continua.

Nos últimos três anos, “as indústrias de moldes e plásticos tiveram mais de 90 milhões de euros de investimento de projetos aprovados, tendo a grande maioria contado com a intervenção do CENTIMFE”, elogia.

 

Trabalho em rede pela internacionalização

O CENTIMFE trabalha “em rede de uma forma dinâmica envolvendo as empresas, os nossos parceiros internacionais, as universidades, os politécnicos e as escolas”, sendo que os principais mercados estrangeiros desta indústria, são Alemanha, França, Espanha e Inglaterra, isto é mercados sofisticados e de grande exigência.

Para Rui Tocha, os resultados deste trabalho promovido pelos empresários “estão visíveis no aumento da produção, em que ultrapassámos os 500 milhões de euros no ano passado, onde mais de 90% é foi para exportação”.

“O CENTIMFE e demais instituições do cluster e as empresas, são embaixadores de Portugal no estrangeiro. A indústria está a fazer um trabalho importantíssimo, afirmando a marca Portugal no mercado internacional e as empresas estão a lutar para se afirmarem no mercado global”, enaltece o responsável.

A atual conjuntura política “é danosa para a nossa imagem”, pelo que “a situação de Portugal exige que todos cuidemos um bocadinho da nossa imagem colectiva”.

Para Rui Tocha, “na nossa região devemos ser capazes de encontrar um modelo de desenvolvimento alinhado e integrador”, até porque “temos infraestruturas que são pilares de desenvolvimento”.

De entre os vários projetos desenvolvidos pelo Centro, o diretor destaca um ligado ao ensino e cujos efeitos são mais difíceis de mensurar. Trata-se do “Pense Indústria”, criado em 1996 e “que tem um impacto muito grande na preparação dos jovens para as profissões do futuro, na sua sensibilização para o modo como funciona uma fábrica e na interiorização de conceitos como o empreendedorismo”, admite.

“Do ponto de vista social, pedagógico e de desenvolvimento é um projeto fundamental, com reflexo na região, visível no aumento de escolhas de cursos tecnológicos e de engenharias por parte dos jovens”, salienta.

 

POOL-NET PREPARA PME’S PARA MERCADOS ESTRATÉGICOS

As indústrias de moldes e plásticos estão envolvidas no Pólo de Competitividade Engineering & Tooling, dinamizado pela associação Pool-net, da qual faz parte o CENTIMFE e a CEFAMOL, e outras instituições e as empresas do cluster.

Sedeada no edifício OPEN, na Rua da Bélgica, na Zona Industrial da Marinha Grande, a associação pretende que dentro de 10 anos o cluster de Engineering & Tooling, seja “reconhecido mundialmente como um dos mais avançados do ponto de vista tecnológico e da oferta de valor acrescentado na conceção e produção de moldes, ferramentas especiais e peças maquinadas de alta precisão, bem como no fornecimento de peças e componentes, numa perspectiva integradora ”. 

O Pólo “tem uma estratégia de desenvolvimento de médio e longo prazo, onde se pretende reduzir o peso da indústria automóvel, fazendo incrementar a oferta desta indústria para outros setores, como a aeronáutica, a saúde, a energia e ambiente, a eletrónica, a embalagem”, destaca Rui Tocha, diretor da Pool-net. Assim, o cluster tem vindo a desenvolver “um conjunto de projetos com as empresas para ajudá-las a posicionarem-se e a entrarem nesses mercados”, continua.

“Tooling Edge” é um dos projetos âncora do Cluster. Envolve mais de 20 parceiros do meio científico, tecnológico e empresarial e visa preparar as PME’s do setor para uma atuação competitivamente sustentável em mercados considerados estratégicos: aeronáutico, automóvel, saúde, eletrónica e da embalagem.

São desenvolvidos mecanismos e metodologias de monitorização, vigilância e de inteligência competitiva que alimentem o setor com informação relevante, de forma a facilitar uma estratégia empresarial proactiva e a visibilidade no mercado internacional.

Ou seja, “procuramos metodologias que permitam o desenvolvimento do conceito da empresa tooling do futuro, o que passa pela adaptação de normas de determinados setores e tornar as empresas mais ágeis”.

É uma estratégia agregadora, que gira em torno de uma marca coletiva “Engineering & Tooling from Portugal”. Rui Tocha admite que “o que estamos a vender é a capacidade que Portugal tem, com base nesta indústria que aqui está instalada e que dificilmente encontra noutros países, de desenvolver e industrializar qualquer produto à escala global”.

INCUBADORA DE EMPREENDEDORISMO

A OPEN – Oportunidades Específicas de Negócio é uma incubadora de empresas sediada na Rua da Bélgica, na Zona Industrial da Marinha Grande, desde 2005.

Este Centro de Incubação de Oportunidades de Negócio “visa contribuir para a promoção da inovação, do empreendedorismo e a criação de emprego, através do lançamento de empresas com conceitos inovadores e do estímulo à cooperação empresarial, com impacto na produtividade e na competitividade regional e nacional”.

As Incubadoras de empresas “devem ser utilizadas, estimuladas por parte dos nossos governantes, como ferramentas para desenvolver o País, para a criação de novos empregos e atração de investimento direto estrangeiro”, admite Rui Tocha, diretor do CENTIMFE, entidade fundadora da OPEN. As incubadoras estão a fazer esse trabalho, “mas é um trabalho estruturante, mas muito solitário, com grandes dificuldades de enquadramento dos programas de apoio”.

As incubadoras “devem ser encaradas pelos agentes de desenvolvimento da região, como plataformas de de promoção, captação e fixação de investimento e emprego”, diz.

Sob o lema "Empreender Inovando", “temos desenvolvido atividades de estímulo ao empreendedorismo nas escolas”, informa Rui Tocha. São, pois, “atividades de promoção da indústria e pré-competitivas, em que estamos a assegurar uma função do Estado de criação na região e no País de de condições ex-ante para o desenvolvimento da nova indústria e de profissões do futuro”, reflete.

Desde este ano está em curso a iniciativa “Dá-te a Conhecer”, proposta pela OPEN – Oportunidades Especificas de Negócio, e que tem contado com o apoio do Município da Marinha Grande e de um conjunto de agentes e personalidades locais.

Através desta iniciativa, pretende-se conferir maior notoriedade às oportunidades da Marinha Grande, numa perspetiva de consolidação da sua competitividade territorial e visibilidade externa, através da articulação activa com outros concelhos. Além da Marinha Grande, estão envolvidos outros concelhos geminados com a Marinha Grande, como Fundão e Montemor-o-Novo, por exemplo.

Para Rui Tocha, “Dá-te a Conhecer” “é extremamente importante porque explora sinergias, facilita o diálogo e fomenta trocas comerciais/sociais, entre regiões, e tendo esta iniciativa sido dinamizada por um empresário da Marinha Grande, no contexto da OPEN, representa também um exemplo claro de que todos nós podemos e devemos fazer um pouco mais pelo nosso País/região, se conseguirmos trabalhar em rede e de forma articulada”.