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PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO VIDREIRO APRESENTADO

A área de 6 hectares que pertenceu ao complexo da antiga Fábrica de Vidros da Marinha Grande, considerada a maior manufatura do País, no século XVIII, deve assumir-se como um monumento industrial, pela sua importância na história do vidro em Portugal.

A ideia é defendida pelo investigador Jorge Custódio, autor do Programa de Valorização do Património Municipal da Fábrica de Vidros da Marinha Grande (que inclui a extinta FEIS - Fábrica Escola Irmãos Stephens), que foi apresentado no passado sábado, 11 de março de 2023, na Casa da Cultura - Teatro Stephens, no âmbito da comemoração do 35º aniversário da elevação a cidade.

O programa decorre do estudo patrimonial integrado, encomendado pelo Município e levado a cabo pelo professor Jorge Custódio, em 2022, composto pela proposta de ocupação funcional da antiga fábrica de vidros Guilherme Stephens, com o objetivo da valorização cultural do património do conjunto fabril, bem como por um estudo histórico-arqueológico-industrial.

Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal, Aurélio Ferreira, referiu que, “pela importância que esta data representa, quisemos assinalá-la hoje, aqui, com o intuito de evocar a memória coletiva, exaltar o legado que os nossos antepassados nos deixaram para, em conjunto, projetarmos o que ambicionamos para o futuro da Marinha Grande”.

O presidente da Câmara acrescentou que “importa agora, analisar este estudo, escutar os agentes locais e definir uma estratégia de valorização deste espaço nobre, berço da indústria vidreira e da identidade da Marinha Grande”. Aurélio Ferreira agradeceu a Jorge Custódio, a quem ofereceu a chave da cidade, “todo o seu empenho, entrega e investimento pessoal, que conferem ao estudo a qualidade e o rigor a que já nos habituou”.

O arqueólogo Jorge Custódio explicou que o seu trabalho consistiu no estudo histórico e arqueológico-industrial da antiga Fábrica de Vidros da Marinha Grande; na identificação e registo dos edifícios fabris e sua evolução; no desenvolvimento do estudo patrimonial do conjunto fabril integrado; e na apresentação do Programa de Valorização Cultural de todo o conjunto e da Proposta de Ocupação Funcional para a parte pública e para a unidade fabril mais recente.

Tendo recuado até ao século XVIII, caracterizou as cinco épocas históricas de desenvolvimento da Fábrica, cuja laboração teve início no reinado de D. João V, sob vigência da Companhia de Mercadores Ingleses e administração de John Beare e continuada, a partir de 1769, pela política industrial pombalina, com os irmãos Guilherme e João Diogo Stephens, passando por outros proprietários e administrações até ao seu encerramento, em 1992.

A concretização dos vários projetos propostos deve ser gradualmente, através de um “pacto de regime” que vincule os sucessivos executivos municipais, envolva a cidadania e os poderes central e regional, para a interligação entre o programa de valorização e o programa funcional do património Stephens, defendeu o investigador.

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