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Marinha Grande tem guia turístico em braille

As pessoas com deficiência visual têm agora um meio de informação turística ao dispor. O Guia Turístico do Concelho da Marinha Grande em Braille foi apresentado no passado domingo, 27 de setembro, no Auditório da Resinagem, assinalando o Dia Mundial do Turismo.

Esta iniciativa inovadora partiu da Câmara Municipal, na sequência de um desafio lançado pela autora da versão braille do guia em português, Sónia Santos, com o objetivo de tornar o concelho mais acessível e inclusivo.

Cidália Ferreira, a vereadora do Turismo, elogiou o envolvimento da autora, sem o qual este projeto não teria sido concretizado, porque “todos temos oportunidades de ver mais do que a nossa vista alcança”. Agradeceu “esta oportunidade dada ao concelho da Marinha Grande, para que muitas mais pessoas nos visitem e sintam este espaço magnífico”.

Carlos Oliveira, vice-presidente do Turismo do Centro, parabenizou o Município e a autora, “pela vontade e desejo de tornar a Marinha Grande mais inclusiva, mais acessível”.

Na apresentação da publicação, Sónia Santos lembrou que, embora sendo insivual, “este guia não é para mim, que gosto e tenho acesso aos computadores e às novas tecnologias, mas para todos aqueles que não conseguem ler de outra forma”.

Sons para olhos vendados

A sessão foi ainda marcada pela realização do Concerto para Olhos Vendados, protagonizado por Luís Antero que, desde 2008, desenvolve um trabalho de recolha e documentação do património imaterial sonoro das zonas da Beira Serra e Serra da Estrela, com base em gravações sonoras de campo. Na sua apresentação na Marinha Grande, captou e introduziu sonoridades relativas à fabricação e decoração de vidro e arte xávega.

Durante os 45 minutos de duração do concerto, o público foi convidado a vendar os olhos e a viajar pelo fantástico universo sonoro quotidiano e sua eventual ligação com a memória.

Este espetáculo pretendeu partilhar o legado cultural, natural, ambiental e etnográfico, que urge registar, preservar, promover e divulgar, e levar os presentes a refletir sobre o facto de tantas vezes pararmos para ver, mas raramente pararmos para escutar.