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Discurso do Presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande na sessão comemorativa do 25 de Abril da Assembleia Municipal

#25deabril
#democracia
#liberdade

 

Discurso do Presidente da Assembleia Municipal, Luís Guerra Marques:

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA MARINHA GRANDE
SESSÃO COMEMORATIVA DO 25 ABRIL
47º ANIVERSÁRIO

Exma. Sra. Presidente da Câmara
Exmas. Sras. e Srs. Vereadores
Exmas. Sras. e Senhores deputados Municipais
Exma. Sra. e Srs. Presidentes de Junta
Exmos. Srs. Representantes, das forças políticas locais
Exma. Comunicação Social


Caras amigas e amigos que nos seguem nas plataformas audiovisuais
“Agradecia que colocassem atrás na tela, a fotografia do 1º de maio de 1975.
Já está? Obrigado.
É que é para os que ali estão (um dos quais sou eu, e outros muitos dos que aqui estão na sala), para os seus pais e avós e para os seus filhos e netos, que eu vou dirigir a minha intervenção.”

É com muito agrado que mais uma vez me encontro neste local para comemorar uma data como esta.
Data única em Portugal. Data de comemoração da liberdade que, de novo, e tal como no ano passado, celebramos, infelizmente, numa situação que nos não permite estar com todos. Porque vivemos dias difíceis, dos quais, estou convicto, sairemos mais tarde ou mais cedo com a ajuda de todos aqueles que no SNS e não só, tem travado uma árdua batalha na defesa de todos nós, para que possamos ter futuro. Esses são, ainda que não os únicos, o exército de profissionais que, na linha da frente, combatem o que nos retrai e o que nos fere. Com eles, e com a confiança que neles temos, haveremos de sair, com dignidade, dos apertos porque temos passado e voltar a comemorar, na rua, com todos, esta data inultrapassável da nossa história contemporânea. Aos nossos denodados lutadores da área da saúde e não só, pela sua heroicidade, um primeiro rasgado elogio e, um muito obrigado.


Ao comemorar esta data não posso também, hoje e aqui, deixar de lembrar que, para chegarmos ao 25 de Abril de 1974, muitos se sacrificaram por isso, pelo que a eles também temos de estar gratos por aquilo que, nos tempos da ditadura fascista, fizeram para que a liberdade nos chegasse um dia.
Muitos conterrâneos nossos estiveram na linha da frente nessa luta. Dando tudo de si, alguns até a própria vida. Em nome de todos eles, a quem, eu pessoalmente, e penso que todos nós, estamos muito gratos, lembro aqui simbolicamente alguns:
José Gregório, Amarante Mendes, António Guerra, Adriano Neto, Francisco Cruz, Manuel Baridó, Manuel Esteves de Carvalho, Augusto da Costa, Manuel Jubiléu, Joaquim Gomes, etc…etc…


Para além destes, há muitos outros, aos quais peço perdão por não os nomear a todos. A lista, porém, é longa, e por sê-lo, só prova o valor e a dignidade de uma terra que sempre defendeu a liberdade, liberdade que, alguns, hoje, procuram por em causa. Esses, estou convencido, não passarão, porque para além das gerações atuais, também as futuras os não deixarão passar.


As liberdades conquistadas em 25 de Abril de 1974 são eternas, e jamais, estou convicto, a sociedade Portuguesa as deixará cair.
No contexto da luta dos povos pela liberdade e pela democracia, não posso deixar de lembrar que, neste ano, se comemoram também, 150 anos da Comuna de Paris, um acontecimento de grande importância para a história das lutas proletárias e seu futuro. É que o futuro da sociedade que lhe sucedeu, está impregnado de muitas das ideias que aquela sustentou, nomeadamente, o desenvolvimento político de ideais socialistas entre o proletariado europeu.
Também lembrar aqui que, neste ano, faz 100 anos o Partido Comunista Português, que deu uma contribuição sem paralelo na luta de resistência à ditadura fascista, no criar das condições para o levantamento nacional que a derrubou, e no preparar das condições sociais e políticas que determinaram, não só o apoio geral do povo português ao levantamento militar do MFA em 25 de Abril de 1974, mas também o imediato levantamento popular, a conquista da liberdade, e a criação e institucionalização do novo regime democrático de Abril.


Lembrar ainda que o General Vasco Gonçalves, um dos principais promotores das profundas alterações sociais e económicas em Portugal, incluindo o salário mínimo, os subsídios de férias e desemprego, e a licença de parto, amado por uns e ignorado por outros, mas que a ninguém foi indiferente, também ele um dos grandes heróis de Abril, faria, neste ano, cem anos.


E dizer ainda que, dos factos que aqui lembrei, que retratam lutas na defesa da liberdade e no caminho dos povos para a sua emancipação, e de outros que aqui poderia trazer, mas que, por serem tantos, nos levariam horas e enumerar, comemoram-se também, neste ano, 45 anos da nossa Constituição.
Lei que nos gere como povo e que hoje, quando muitos procuram afrontar as liberdades e os direitos de todos a uma vida digna, independentemente do seu credo, origem ou nascimento, convém recordar que ela nasceu da liberdade democrática que foi dada à Assembleia Constituinte para a elaborar.

Recordar também que, na sua elaboração e na Assembleia que a discutiu e aprovou, estiverem os contributos de Marinhenses, uns cá nascidos, outros que para cá vieram ou aqui viviam, como Álvaro Órfão, Aires Rodrigues, Pedro Lagido, Vitorino Vieira Dias e José Manuel Burnay. Foi também pois, com o contributo de Marinhenses, nascidos ou residentes, que se elaborou a atual lei fundamental da nossa República. Disso também, como povo e como terra, devemos ter orgulho.


É, pois, na lembrança de todos os factos que aqui enumerei e das pessoas reais que aqui lembrei e dos seus atos, e de muitas outras pessoas e outros factos, que não tendo referido, contribuíram e se bateram para as conquistas sociais, económicas e politicas que o 25 de abril nos trouxe, que também importa e se deve comemorar abril, nomeadamente num concelho como o nosso, que tem uma história de luta pela liberdade impar na sociedade Portuguesa, que nos deve orgulhar, a todos, por a ele pertencermos.


Por isso, estou certo, no nosso Concelho nunca deixaremos cair abril e o que ele representa, e sei também que, como terra que não se verga, sempre haveremos de cumprir o nosso caminho na defesa da liberdade, da democracia, do progresso e do desenvolvimento.
VIVA o 25 de ABRIL
VIVA O CONCELHO DA MARINHA GRANDE
VIVA PORTUGAL

Marinha Grande, 25 de Abril de 2021.
Luís Marques
Presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande