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Festival Sopro homenageia arte vidreira

A segunda intervenção artística no âmbito do Festival “Marinha Grande, SOPRO: ARTE PÚBLICA”, promovido pela Câmara Municipal da Marinha Grande e com curadoria da associação Riscas Vadias, foi realizada na parede um prédio em Casal de Malta e constitui uma homenagem à arte vidreira.

A pintura mural intitula-se “Clarão” e, à semelhança da primeira intervenção do festival, esta obra contou com a colaboração de dois artistas: Nuno Viegas (@nunoviegas.pt), autor das mãos que detêm uma folha de papel, sobre a qual Ricardo Romero (@matilhastudio) reproduz uma fotografia de época.

O título da obra e a imagem histórica que convoca, fazem referência à tradição do vidro enquanto uma matéria-prima essencial para o desenvolvimento socioeconómico da Marinha Grande desde os seus primórdios até à contemporaneidade.

Há um detalhe que, à primeira vista, pode passar despercebido: do sopro do artesão que cria uma peça em vidro sai um pássaro. Este pássaro não é nada mais que uma metáfora, não só para a importância da matéria-prima em uso, mas também, à semelhança da primeira intervenção, uma referência à natureza .

A terceira intervenção prevista no âmbito deste festival também já se encontra concluída e em exposição no Museu Joaquim Correia. Trata-se de uma escultura do artista Ricardo Romero, que , caso as condições climatéricas o permitam, será colocada na pala do Teatro Stephens no dia 20 de novembro.

Os artistas do Festival Sopro

Ricardo Romero

Ricardo Romero (1981) nasceu em Évora, e atualmente vive e trabalha em Leiria, Portugal.
A sua prática artística, com forte influência nas linguagens artísticas urbanas, estende-se por diversas tipologias de trabalho tais como pintura, escultura, fotografia e vídeo.

Desde 2004, é convidado para diversas exposições, projetos de arte pública, festivais e publicações. Além de artista, é também o curador e responsável por vários projetos de Arte Pública no decurso dos últimos anos.

Nuno Viegas

Nuno Viegas, também conhecido por Metis, é um artista português nascido em Faro (1985) e criado em Quarteira. Fundador do coletivo Policromia Crew, teve como ponto de partida o graffiti em 1999. Após concluir os seus estudos em Artes Visuais na Universidade do Algarve mudou-se para Roterdão nos Países Baixos (2014) onde descobriu uma nova identidade artística e começou a desenvolver a sua pintura fortemente influenciado pelo graffiti.

Esta subcultura do hip-hop tem sido o ponto central da produção do artista e a sua maior fonte de inspiração. Nuno apresenta-nos um contraste entre a realidade visualmente agressiva e suja deste mundo e a sua representação pacífica e limpa nas suas obras. A abordagem a este tema é um contínuo tributo a todos aqueles que dedicam parte das suas vidas a esta cultura, em busca de momentos, a troco de quase nada, no seio de uma sociedade cujo principal objectivo é a conquista de dinheiro e poder.

Em 2016 o Nuno trabalhou com Street Art Today em Amsterdam, que o lançou rapidamente para o cenário do Street art, chamando a atenção do Urban Nation Berlin – Museum for Contemporary Urban Art. Nos anos seguintes o artista tem trabalhado com Yasha Young Projects, Graffiti Prints, Thinkspace Gallery e Nextstreet Gallery. Podemos ver o seu trabalho a expandir, em paredes e exposições de arte pelo mundo, com o objetivo de melhorar e avançar para o seu sonho – dar um tag na Lua.