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Cluster vidro, moldes, plásticos

VIDRO DE EMBALAGEM

Marinha Grande assegura mais de metade da produção nacional

Em Portugal, o setor do vidro de embalagem é constituído por quatro empresas, que detêm seis fábricas, três das quais localizadas na Marinha Grande (BA Vidros, Gallo Vidro e Santos Barosa) e que representam 55% da capacidade de produção instalada a nível nacional, de acordo com informações fornecidas pela Associação Industrial do Vidro de Embalagem (AIVE).

Os dados disponibilizados por aquela entidade demonstram também um acréscimo de produção do setor, que registou 949 mil toneladas em 2002 e 1.442 mil toneladas em 2012.

O mercado externo tem vindo a aumentar, tendo crescido de 52% (496 mil toneladas) em 2002, para 62% (882 mil toneladas) das vendas diretas de vidro de embalagem (embalagens vazias) em 2012. Os principais clientes são países como Espanha, França e Itália.

Para além das exportações diretas de vidro de embalagem (embalagens vazias), existe um peso importante das exportações de garrafas em cheio, o que terá representado cerca de 400 mil toneladas de vidro, no ano passado.

Segundo dados da AIVE, no total das vendas de 2012, os principais utilizadores das embalagens de vidro foram o setor dos vinhos e das cervejas que, no seu conjunto, absorvem 74% deste tipo de vidro. Os restantes 26% distribuem-se pelas águas minerais, refrigerantes, sumos de frutos, diversos produtos alimentares, cosmética e indústria farmacêutica.

Os dados estatísticos permitem à AIVE afirmar que “a Marinha Grande é o maior centro de produção vidreira a nível mundial”.

São realçados como pontos fortes a qualidade dos produtos, a vocação exportadora, a modernização tecnológica e mão-de-obra qualificada, a flexibilidade produtiva, a certificação de qualidade, ambiental, de higiene e segurança, segurança alimentar a e atuação proactiva nas questões ambientais.

 

MOLDES

Setor inovador e de alta intensidade tecnológica

A indústria portuguesa dos moldes tem vindo a crescer e a consolidar a sua notoriedade no mercado internacional. De acordo com dados fornecidos pela CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes, tal evolução deve-se à procura externa e à “competitiva relação qualidade / preço / prazos de entrega”.

Em 2012, o sector português de moldes possuía cerca de 450 empresas, com dimensão de pequena e média empresa (PME), tendo como áreas de atividade a conceção, desenvolvimento e fabrico de moldes e ferramentas especiais, empregando cerca de 7640 trabalhadores, com distribuição geográfica bipolar, designadamente nas regiões de Marinha Grande e Oliveira de Azeméis.

O nosso País destaca-se entre os principais fabricantes mundiais de moldes, nomeadamente na área de moldes para injecção de plásticos, exportando mais de 90% da sua produção. A análise da balança comercial das duas últimas décadas evidencia a forte vertente exportadora do setor.

Em 2012, a exportação atingiu cerca de 512 milhões de euros, sendo que o valor total da produção foi de 569 milhões de euros.

Segundo a CEFAMOl “é um setor inovador e de alta intensidade tecnológica que exporta a larga maioria da sua produção”, sobretudo para Alemanha, Espanha, França, Brasil e República Checa.

Como refere Rui Tocha, director-geral do CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos esta é “uma indústria de capital e de conhecimento intensivo”. A necessidade de “tratar a inovação como uma área profissional dentro da empresa é algo muito importante e que pode permitir aos empresários ganharem mais dinheiro, rentabilizarem os seus investimentos e oferecerem aos seus clientes um serviço diferenciado”, defende.

Sublinha-se a forte tendência exportadora do setor na última década (nunca inferior a 75% da produção). Esta situação é também derivada “do crescimento assinalável que a indústria nacional, nomeadamente de plásticos, tem tido ao longo dos últimos anos, muitas vezes impulsionada pelo alargamento da cadeia de valor das empresas de moldes.

O valor total das exportações portuguesas atingiu, em 2012, os 512 milhões de euros, com vendas para 83 países.

O mercado europeu detém a maior importância das regiões económicas, representando cerca de 75% do total de exportações. Constata-se o decréscimo de exportações para a América do Norte o que, segundo aquela associação, é explicado “pela deslocalização de clientes existentes neste mercado para países com baixos custos de mão-de-obra e pela forte depreciação do dólar americano face ao euro”.

Relativamente às principais indústrias servidas pelo setor de moldes, sobressai a indústria automóvel, tendo crescido de 14% em 1991, para 72% em 2010. Contudo, regista-se “o desenvolvimento de novos produtos na economia mundial, assim como a procura por novas áreas e nichos”.

 

PLÁSTICOS

Capacidade produtiva e especialização

A transformação dos plásticos surge no princípio dos anos 70, com a existência da pujança da indústria de moldes, que permitiu explorar mercados e oferecer produtos inovadores. Desse modo, foram potenciados os contactos da indústria de moldes para vender plásticos, o que despoletou a especialização e crescimento desde último setor.

Este sector traduz uma parte importante da capacidade produtiva e económica da região da Marinha Grande.

O setor apresenta como principais pontos fortes a capacidade produtiva, o elevado nível de especialização e de organização e a experiência de seis décadas de atividade.

A Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) representa 130 pequenas e médias empresas, que correspondem a 60% do mercado nacional de plásticos, empregando cerca de 10.000 trabalhadores.

Os associados reportam-se adiferentes subsetores da transformação de plástico, como extrusão sopro, extrusão filme, extrusão tubo, injeção, compressão, expansão e rotomoldação, entre outros. Trabalham para áreas como embalagem, construção civil, peças para a indústria automóvel, peças técnicas, material elétrico e eletrónico, material de isolamento, material médico-hospitalar, plásticos reforçados com fibra de vidro, artigos domésticos e sanitários, artigos para desporto, calçado e vestuário, material para automação e transporte, etc.

Dados disponibilizados pela APIP referem que, em 2007, foram vendidos 1.850 milhões de euros, enquanto 1.250 milhões dos quais se referiram a vendas de plásticos dos membros da APIP.

Apesar de contactada a APIP, não foi possível obter dados relativos à atividade do setor no concelho da Marinha Grande.