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Presidente da Câmara reclama mais meios para a reflorestação

A presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Cidália Ferreira, pretende que mais meios humanos, materiais e financeiros sejam alocados aos serviços do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), para uma gestão eficaz da reflorestação do Pinhal do Rei, após o grande incêndio de 15 e 16 de outubro.

A reivindicação foi feita na reunião com os elementos da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação da Assembleia da República, realizada no passado dia 5 de novembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Marinha Grande. Esta reunião inseriu-se no âmbito das visitas de trabalho aos vários municípios afetados pelos incêndios, levada a cabo por aquela comissão parlamentar.

Na reunião estiveram representantes da Associação Nacional de Municípios Portugueses, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e chefe da Divisão de Gestão Operacional e Fiscalização do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Centro do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

No encontro estiveram também presentes o presidente da câmara de Alcobaça, Paulo Inácio; o presidente da câmara da Batalha, Paulo Batista; o presidente da câmara de Pombal, Diogo Mateus; o vice-presidente da câmara da Marinha Grande, Carlos Caetano; e o vereador da câmara de Leiria, Ricardo Santos.

A presidente da Câmara da Marinha Grande reclama do Governo um orçamento de um milhão de euros para o ICNF, bem como o reforço dos recursos humanos afetos aos serviços a funcionar na Marinha Grande de 3 técnicos, 50 operacionais e 15 guardas florestais, tendo assumido que “é impossível ao ICNF com os atuais recursos assegurar a gestão de uma área tão grande como é a da mata”.

Recordando o rendimento que foi sendo retirado através da Mata Nacional durante tantas décadas e que não foi reinvestido na gestão florestal pública, a presidente afirmou que é chegado “o momento do país retribuir aquilo que saiu daqui”, através da transferência de uma “verba compensatória para o Município fazer face a todos os prejuízos que vamos ter com este incêndio”.

Cidália Ferreira apelou, uma vez mais, a uma resolução que vise a reflorestação planeada e reorganizada do Pinhal do Rei, que foi queimado em 86% da sua área e cuja perda causará danos ambientais, económicos, turísticos, desportivos e para a saúde da população.

A presidente da Câmara mostrou-se satisfeita com facto de, naquela reunião, “estarem unidos todos os grupos parlamentares com representação na Assembleia da República, estando criadas as condições para tomarem as medidas adequadas a uma política de desenvolvimento do nosso concelho em termos da reconstrução e reorganização da mata”.

Também os restantes autarcas presentes deram a conhecer a dimensão das consequências do incêndio de 15 de outubro nos respetivos municípios e alertaram paras as situações que mais os preocupam nos seus territórios.

O presidente da Comissão parlamentar do ambiente, Pedro Soares, deixou uma palavra de solidariedade e preocupação aos representantes dos municípios afetados e justificou a escolha da Marinha Grande para a realização da reunião com o facto de possuir uma grande mancha florestal de gestão pública, informando que só 2% da área florestal nacional pertence ao Estado.

Pedro Soares evidenciou que “quando a presidente (da Câmara da Marinha Grande) diz que não podemos continuar a negligenciar a gestão, que precisamos de mais meios, de mais atenção, são palavras sábias e preocupadas e os deputados não podem ignorar e devem procurar que alguma coisa mude neste território”.

Acrescentou que “há um compromisso do Governo de colocar no debate da especialidade do Orçamento de Estado um conjunto de medidas, nomeadamente fiscais e financeiras, de apoio às populações que sofreram estas questões, às empresas e para a recuperação das áreas ardidas”, pelo que “estas áreas têm de ter reflexo no Orçamento”.

Após a reunião, todas as entidades seguiram para Vieira de Leiria para visitarem as zonas afetadas pelo incêndio.

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